Entrevista com Ana María Vega Fernández, como Diretora Geral da Empresa da Junta da Extremadura, entidade que integra o consórcio da proposta Localcir-POCTEP

Lea la noticia en español

LOCALCIR acelera o processo de transição. E estamos no momento em que devemos correr para atingir as metas de sustentabilidade.”

Ana María Vega Fernández é licenciada em Ciências Económicas e Empresariais pela Universidade da Extremadura e diplomada em Ciências Empresariais pela Escola de Estudos Empresariais da Universidade de Badajoz.

Foi Analista de Investimentos e Coordenadora do Departamento de Investimentos e Portfólio da Extremadura Avante, Sociedade para o Desenvolvimento Industrial da Extremadura (SOFIEX). Foi também diretora-gerente de Fomento de Emprendedores Extremeños SAU, diretora de Planeamento de Negócios e Formação do Centro de Negócios e Inovação da Extremadura. Mais recentemente, em 2019, Ana Vega é convidada a integrar a Consejeria da Economia, Ciência e Agenda Digital da Junta de Extremadura como Diretora Geral da Empresa.

Neste contexto, facilita-nos esta entrevista sobre a Localcir, representando uma importante entidade socia do consórcio do projeto e, à qual agradecemos desde já o ter acedido a comentar o impacto que a proposta tem na região Euroace em geral e no empresariado da Extremadura em particular .

LOCALCIR é um projeto do programa Interreg V-A POCTEP (2014-2020), financiado por fundos do FEDER, que promove a economia verde e a economia circular no espaço EUROACE, trabalhando com empresários e empreendedores na inovação e reconversão de modelos de negócio enquadrados nestes princípios, que agora atinge uma fase de equilíbrio e encerramento da proposta, pois termina em muito pouco tempo.

1-O que pode ter levado as organizações empresariais Euroace a participarem no LOCALCIR?… No caso da D.G. Empresa o que vos motivou?

A sustentabilidade é um dos passos mais importantes da economia do século XXI e como gestão geral da empresa o nosso desafio é fornecer os recursos necessários para que as empresas da Extremadura estejam em sintonia com os valores do mercado.

Além disso, a economia circular propõe o aproveitamento de subprodutos e elementos considerados até agora como resíduos ou resíduos da cadeia produtiva. E essa abordagem possibilita a geração de novas oportunidades de negócios onde antes havia um problema associado ao desperdício. Assim, há muitas empresas que estão fazendo a transformação para modelos eco-sustentáveis ​​e circulares.

Para a direção geral da empresa, a participação na LOCALCIR dá continuidade ao trabalho que desenvolvemos desde 2015, apoiando e promovendo a criação de projetos empresariais que gerem impacto socioambiental. É uma das nossas linhas estratégicas: a promoção de empresas sustentáveis ​​e ecológicas.

2- Do seu ponto de vista, quais serão os impedimentos ou dificuldades que o LOCALCIR e as dinâmicas de mudança implementadas na proposta poderão sentir face à implementação de modelos de negócio que priorizem na prática os conceitos de economia verde e circular?

Percorrer um novo caminho sempre gera incerteza. Todos falamos em inovação, mas sabemos que para uma empresa inovar corre o risco de não ter certeza do resultado. A este facto devemos juntar a grave situação pandémica que vivemos no passado recente, e mais recentemente a invasão da Ucrânia que atingiu duramente o consumo e consequentemente a empresa, sobretudo em alguns setores. Mas a história nos diz que momentos de crise nos obrigam a nos reinventar e dar esse passo à frente para reverter a situação.

Da direção geral da empresa acreditamos que mudar a nossa forma de produzir para um esquema mais circular pode representar uma oportunidade de mudança e crescimento para muitos setores, criando novas linhas de negócio e novas oportunidades de negócio.

As empresas com as quais trabalhamos hoje na LOCALCIR são as pioneiras e servirão de referência para muitas outras empresas fazerem uma viragem estratégica inteligente para a economia circular.

3- Em que medida espera que as sementes lançadas pela LOCALCIR tenham impacto no tecido produtivo e industrial da região EUROACE?

A economia circular é considerada a maior revolução da economia nos últimos 250 anos, o que representa uma oportunidade entre 1 e 4,5 bilhões de dólares globalmente nos próximos anos, com enorme potencial de inovação, geração de empregos e crescimento em um modelo ambientalmente sustentável.

A Extremadura pretende ser uma referência neste domínio e, por isso, a Junta de Extremadura está a trabalhar numa estratégia abrangente que contribui para propor uma nova forma de produzir e consumir na nossa região. A transição para uma economia circular afeta toda a cadeia de valor (designers, fornecedores de matérias-primas e energia, fabricantes, distribuidores, consumidores, gestores de resíduos, etc.) e temos a certeza que pode ser uma importante criação de novas empresas e novos empregos sustentáveis.

4-Agora que estamos prestes a chegar à parte final do projeto, até que ponto o LOCALCIR pode ser replicado em outras regiões fora da região #EUROACE, para ajudar no combate às mudanças climáticas?

A economía circular mantém uma estreita relação com a economia verde, que se define como aquela que melhora o bem-estar humano e a equidade social, reduzindo significativamente os riscos ambientais. Em uma economia verde, o crescimento da renda e do emprego é impulsionado por investimentos públicos e privados que reduzem as emissões de carbono e a poluição, melhoram a eficiência energética e de recursos e previnem a perda de biodiversidade e serviços ecossistêmicos. Portanto, fica claro que a economia circular contribui para uma economia verde baseada em uma melhor gestão de recursos, permitindo uma economia mais eficiente, competitiva e de baixo carbono.

LOCALCIR agiliza o processo de transição. E estamos no momento em que devemos correr para atingir as metas de sustentabilidade. Quanto mais as empresas aproveitarem seus recursos de treinamento, consultoria e suporte, mais cedo alcançaremos o futuro que queremos construir em torno de uma economia verde e circular.

5.- O que sua organização contribuiu para o projeto e seus propósitos?

A direção geral da empresa possui ampla experiência no desenvolvimento de políticas, ações e programas que melhoram a competitividade das PMEs. A economia verde e circular ajuda as empresas a reduzir custos e vender mais, pois se conecta com consumidores fiéis e comprometidos. Agora é a hora de transformar o modelo de produção de nossas empresas e, assim, aumentar sua eficiência.

Da direção geral da empresa lançamos o programa de assessoria para analisar as opções de transição das empresas através da implementação de um plano de ação para tornar sua empresa mais sustentável e competitiva. Oferecemos-nos para que nos próximos anos sejamos uma referência no apoio e alinhamento do setor privado com os objetivos traçados pela Europa, gerando oportunidades económicas e de negócio para as empresas da nossa região.

6-Que benefícios pensa que este projeto trará para a zona EUROACE?

A partir do consórcio deste projeto POCTEP, promovem-se boas práticas no domínio da economia verde e circular, identificam-se oportunidades de negócio e nichos de mercado e abordam-se as empresas para que as possam integrar e desenvolver na Eurorregião.